quinta-feira, 29 de março de 2007

Ginastas são as mais afectadas!

Nadia Comaneci entrou no livro de recordes dos Jogos Olímpicos em 1976 quando se tornou a primeira ginasta a conseguir uma nota máxima. Aos 14 anos de idade e com 40 quilos, o desempenho de Comaneci em Montreal, inspirou raparigas em idade pré-pubertária do mundo inteiro a praticarem o desporto. A mesma Comaneci voltou ao cenário público mais tarde numa batalha contra distúrbios alimentares, mas isso não diminuiu o entusiasmo da geração seguinte na procura pela magreza doentia.


A morte da ginasta norte-americana Christy Henrich em 1994, aos 22 anos de idade e com menos de 28 quilos, demonstrou as armadilhas que podem existir na busca cega pelo sonho desportivo. Henrich morreu em consequência de um distúrbio alimentar que a atingia desde os 15 anos. Desenvolveu a doença tempos após um árbitro lhe ter dito para perder peso caso quisesse entrar para a equipa olímpica norte-americana.

Estes são apenas dois exemplos, entre muitos outros, que atacam as jovens desportistas e as adolescentes em geral, um pouco por todo o mundo. Estudos de especialistas, no entanto, revelaram um padrão diferente nas causas dos distúrbios alimentares entre atletas.

De acordo com um estudo de 1992 do American College of Sports Medicine, os distúrbios alimentares afectam 62% das atletas de desportos como a patinagem artística e a ginástica olímpica. A culpa, por um lado, parte de muitos técnicos por pressionarem as atletas a emagrecer, ou por questionarem o seu peso. Mas, por outro, os juízes recompensam também as atletas mais magras, e os competidores seguem a crença sem sentido de que corpos com menos gordura melhoram o desempenho.
Enquanto que em outros desportos, as atletas estão cada vez mais altas e pesadas, a tendência na ginástica olímpica caminha em direcção oposta.
Joan Ryan regista no livro «Little Girls in Pretty Boxes» que, entre 1976 e 1992 as ginastas americanas ficaram 16,5 cm mais baixas, em média, e 10,4 Kg mais leves. Apesar dos efeitos dos distúrbios estarem bem documentados, incluindo sintomas que interferem no desempenho, como fadiga, fraqueza e batimento cardíaco irregular, os afectados receiam assumir os sinais pois temem serem forçados a abandonar o desporto.

Um estudo da Associação Nacional dos EUA de Anorexia Nervosa e Distúrbios Associados registou que entre 5 a 10% dos anorécticos morrem dentro de 10 anos depois de contraírem a doença, e que entre 18 a 20% morrem após 20 anos. A recuperação ronda apenas os 30 a 40%.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sim, provavelmente por isso e