A anorexia nervosa é uma doença já descrita há vários séculos, sendo as suas vitimas maioritariamente mulheres.
Na Idade Média, surgiram os primeiros relatos sobre o tema, chamando-se inicialmente anorexia mística, uma vez que afectava sobretudo mulheres muito devotas à religião, como foi o caso de Santa Catarina de Siena.
Foi identificada como entidade clínica apenas no século XIX, pelo francês Lasègue e pelo inglês Gull. Foi categorizada como doença psiquiátrica à qual se recomendou o afastamento do ambiente familiar, para uma maior eficácia do seu tratamento. Em 1873 foi criado o termo Anorexia Nervosa, que ainda hoje se mantém.
No século XX, a partir da década de 70 os investigadores Hilde Bruch, Arthur Crisp e Gerald Russell realçaram a existência de uma perturbação da imagem corporal nestas doentes, bem como o receio mórbido em ganhar peso, e as dificuldades de encarar as transformações que ocorrem na puberdade.
Em 1970, Russell estabeleceu pela primeira vez as três características fundamentais da anorexia:
- Comportamento persistente com o objectivo de perder peso;
- Alterações psicológicas causadas pelo medo de engordar;
- Alterações endócrinas, como falta de menstruação (amenorreia) nas mulheres e falta de interesse sexual em ambos os sexos.
Foi também Russell que em 1979 descreveu a bulimia como uma nova doença derivada da anorexia. Considerou-a como uma variante da anorexia e definiu-a:
- Pela existência de episódios de ingestão compulsiva de alimentos;
- Pela ocorrência de estratégias para evitar o aumento de peso provocado pelos alimentos ingeridos através do recurso a vómitos e laxantes;
- Pelo receio mórbido de engordar;
Mais tarde verificou-se que a bulimia nervosa também surgia em pessoas que registavam um peso normal e não só em anorécticas.
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